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quinta-feira, 17 de outubro de 2019
Todo dia um 7x1 diferente
Nossa Seleção Brasileira de Futebol vem decepcionando o povo Brasileiro. Há alguns anos e o tão sonhado grito do Hexa está preso na garganta. Mas será que é só no futebol que o Brasil vem decepcionando?
Em 2014, passamos um dos maiores vexames da história do futebol em um jogo oficial da Copa do Mundo. Fomos massacrados pela Alemanha, que no jogo seguinte se consagraria tetracampeã do torneio. Lembro que ficamos completamente inconsoláveis, parecia até que havia morrido uma pessoa próxima. O país ficou de luto.
Esse sentimento durou por muito tempo, mas não somos só o país do futebol. Queremos ser mais.
Já comentei sobre o PNE - Plano Nacional de Educação. E, neste caso, também tomamos de 7 x 1.
É uma vergonha nacional. Cerca de 80% das 20 metas estabelecidas no Plano estão estagnadas e os 20% restantes foram parcialmente alcançadas. No Brasil, a aprovação escolar se dá de forma automática, os jovens estão sendo empurrados para terminarem a escola de qualquer jeito, e a proficiência em português e matemática, por exemplo, só vem diminuindo ao logo do tempo. Isso é preocupante. Como podem os jovens serem aprovados mesmo sem a mínima condição?
Nosso Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) vem mostrando a nossa insuficiência em melhorar a qualidade da Educação. A nível nacional, só batemos a meta dos anos iniciais do Ensino Fundamental (EF), de 5,5. No Ensino Médio (EM), por exemplo, não batemos a meta mínima de 4,3; chegamos somente chegamos a 3,9. Vergonhoso. Aqui em Santos a história se repete. Conseguimos bater a meta nos anos iniciais do E F e ficamos longe de bater as metas nos anos finais do E.F. e do EM. No Ensino Médio, a meta era de 4,2 e amargamos um 4,0. Sobral (CE), um município no semiárido cearense, tem o PIB seis vezes menor que o de Santos e metade de nossa população, o que significa que temos por volta de três da riqueza dos cearenses, tem a nota 9,2 em média. Das 10 melhores escolas do país, 7 estão no Ceará, o oitavo Estado da Federação. Será que existe mágica ou somente interesse político?
Outro Programa de avaliação da educação, o PISA -Programa Internacional de Avaliação de Alunos, também tem o objetivo de avaliar e gerar indicadores que possam contribuir para a discussão da qualidade educacional nos países participantes. Na sua última edição, 70 países foram analisados e o Brasil ficou 59º lugar em leitura, 63º em ciências e 65º em matemática.
Somos a terra do Pelé. Nosso craque do século quando fez seu milésimo gol no Maracanã, o dedicou às crianças de todo o país. Disse ele: “Pensem nas criancinhas. (...) Volto a lembrança para as criancinhas pobres, necessitadas de uma roupa usada e de um prato de comida. Ajudem as crianças desafortunadas, que necessitam do pouco de quem tem muito. (...) Pelo amor de Deus, o povo brasileiro não pode perder mais crianças”. E continuamos, após 50 anos, longes de sermos um país amigo da educação.
Não sou craque, mas sonho como Pelé. Ver meu lugar, como diz Arlindo Cruz em seu samba, “cercado de luta e suor. Esperança num mundo melhor”. Com educação nota 10.
Por Isaac Santos e Marcio Aurelio Soares
sábado, 12 de outubro de 2019
COTAS RACIAIS ?
Já falei sobre a desigualdade racial e os fatores históricos que impulsionam a necessidade das cotas, então bora nos aprofundar e falar sobre cotas ?
Bom, acredito que todos nós sabemos que Cotas no Brasil é uma novidade, se comparado com alguns países espalhados pelo mundo e diante de alguns fatos sobre a escravidão
Lembrando que o Brasil foi o ultimo pais da América a abolir a escravidão e também aquele que mais exportou escravos
O primeiro pais a adotar as cotas foi a Índia em 1948, que funcionam até hoje e são obrigatórias no serviço público, na educação e em todos os órgãos estatais. Uma pesquisa feita em 2005 mostrou que em 1950, o número de Dalits (Uma casta social oprimida, em geral formada por trabalhadores braçais) que tinham curso superior era de 1%. Em 2005 esse percentual saltou para 12%. “A Índia é um exemplo internacional da utilização do sistema de cotas”, afirma José Jorge de Carvalho, que é um grande estudioso de cotas no Brasil e pioneiro na implantação das cotas raciais na UNB em 2003, junto com a professora Rita Segato
Aliás, outro pais que de certa forma foi pioneiro, são os Estados Unidos que começam a aplicar as cotas em 1960, já aqui no Brasil só em 2012 vira lei que toda instituição superior federal deve destinar 50% de suas vagas para estudantes oriundos de escola Pública ou seja cotas SOCIAIS
A UERJ já em 2000 foi pioneira na aplicação de cotas sociais e a UNB faculdade na qual o professor José Jorge de carvalho era professor, aplica cotas raciais em 2004 sendo assim pioneira na questão aqui no Brasil.
Dos 50% de vagas para cotas previstas em lei, 25% são destinados aqueles cuja renda familiar é de até um salário mínimo e meio. Desses 25%, 14% são garantidas a pretos, pardos e indígenas, desses 14%, 3% para deficientes.
Aqui no Brasil foi só governo do FHC que começou a se estudar a necessidade de reparação ao povo negro, isso em 1995
Mas foi só em 2003 no Governo Lula, que foi criado uma Secretaria para promoção da igualdade racial, ou seja foi criado um órgão responsável para buscar e aplicar medidas que trouxessem a democracia racial, as cotas são uma dessas medidas, uma medida de curto prazo.
Mas uma medida de longo prazo não seria mais eficiente ?
Claro, mas não podemos falar para um jovem que está terminando o Ensino Médio esse ano, e falar "Pow cara, fica tranquilo, que daqui uns 15 anos, a próxima geração vai ter condições de entrar na faculdade"
Ou seja, as medidas de curto prazo, são de extrema importância e junto com outras medidas de curto prazo e longo prazo, ações afirmativas tem papel fundamental para o avanço de um debate antigo, no qual só conseguimos avançar no século XX,
Portanto, só para ressaltar, dentro de uma Democracia, precisamos ter todos os tipos de povos representados e olhamos para o congresso, serviço público, ensino superior e infelizmente não encontramos uma diversidade plena. Precisamos mudar este cenário, direitos precisam ser garantidos hoje.
FATOR HISTÓRICO PARA ENTENDER AS COTAS
Vamos falar sobre um fator histórico, para que possamos entender as cotas ?
No último texto que fiz, falei sobre democracia racial e uma pesquisa, onde dois grandes pensadores, Florestan Fernandez e Jorge Bastide fizeram. Segundo eles, supostamente a abolição iria ocorrer em 1888. Porém, após o processo de abolição jamais existiu uma política que ajudasse o nosso povo a se inserir na sociedade. Nunca existiu um tipo de compensação ao povo negro, então disso vem essa questão da divida histórica.
É importante que a gente tome cuidado com essa palavra.
Não é que os brancos estão devendo algo ao nosso povo e sim que nunca existiu uma politica de compensação que nos inserisse na sociedade. Ao contrário, foram jogados na marginalidade.
Tão marginalizados que a ideologia da época dizia que o Negro representava o "Atraso" e o Branco representava o "Progresso". Ou seja, sempre contratavam os Brancos. Quem iria querer contratar o tal atraso ? Pessoas que até pouco tempo eram escravos, então o regime assalariado era um privilégio para os brancos
Portanto, não dá para a gente esquecer ou desprezar esse fato histórico e pensar que os arranjos sociais que temos hoje, não tem familiaridade com o passado. É só observar os dados atuais pra gente perceber que a situação dos negros é muito inferior ao dos brancos, e quem diz que isso não tem nada haver com o processo histórico, desculpa pela sinceridade mas você também faz parte do problema.
Os dados são do senso de 2010 e do IBGE de 2016
Senso 2010: Mais de 190 milhões de Brasileiros
IBGE 2016 = 51% da população corresponde a negra, antigamente era bem menos, mas pelo fato das pessoas estarem se reconhecendo como negras e se empoderando, isso acaba sendo contundente para a ampliação real dos dados
Esses dados são absurdos, para resumir, se você jogar o indivíduo em questão, sem condições nenhuma para que ele possa se inserir dentro do mercado de trabalho, é uma forma onde ele tenha a necessidade de se sujeitar a qualquer condição de trabalho, sendo ela de um semi-escravagismo ou à condições precárias e etc...
E você, notou alguma uma similaridade com a atualidade ?
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