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domingo, 1 de dezembro de 2019
O QUE AS PROVAS PROVAM?
O período de provas, seja eles para o fim de semestre, vestibulares, ou somente provas avaliativas sempre são bem tensos. Independente do objetivo, essas provas mexem com o psicológico dos estudantes e sempre fazem alguns corações chegarem ao céu da boca.
É verdade, que hoje em dia as provas são um método muito comum utilizado em todos os âmbitos educacionais, seja na educação formal e informal, privada ou pública e no ensino básico ou superior.
As notas servem para avaliar o desempenho dos alunos em sala de aula, seu desenvolvimento durante a aprendizagem ou para que o aluno possa acessar a universidade. Dentro do Ensino Básico e Superior, essas notas tendem a estigmatizar os alunos, de um lado os ótimos e bons alunos e de outro os alunos regulares e ruins.
Buscar boas notas acaba se tornando mais importante que aprender, não é atoa que o estudo se intensifica durante as provas e o copiar e colar é totalmente normal.
Além disso, podemos notar a diferenciação dentro das universidades entre estudantes de escolas públicas e estudantes de escolas privadas. Em 2018 apenas 36% dos alunos que completaram o ensino médio na rede pública entraram numa faculdade. O percentual mais que dobra quando o aluno vem da rede privada, em média cerca de 79,2%. Será que as provas realmente conseguem ser efetivas? Ou nesse caso, sem uma avaliação com base em um ponto de partida equitativo só contribuí ainda mais com a exclusão e desigualdade?
As provas sempre são de tirar o sono de muitos, alguns alunos tem muita dificuldade em prestar as provas, outros em lidar com a pressão, alguns não são bons em certa matéria e isso não quer dizer que não sejam inteligentes, pelo contrário, muitos tem outras potencialidades que seriam facilmente identificadas por um método menos frio de avaliação.
Eu serei um futuro professor e as vezes paro e penso, como será para mim ter que aplicar uma prova a um aluno? Talvez, identificar que esse aluno tem diversas potencialidades e as vezes até saiba a questão, mas na hora da prova vai mal. Com certeza, irei refletir muito sobre isso.
A escola precisa identificar as potencialidades de cada um, trabalhar às individualidades de cada um, cada estudante tem suas características e formas de aprender. Logicamente que para isso, os professores deveriam ser infinitamente mais valorizados e melhor remunerados, com condições adequadas de trabalho, por exemplo, sem a superlotação de salas. Mas essa conversa é para um outro assunto.
Além disso, é de extrema importância que possamos refletir sobre a metodologia de avaliação que utilizamos, infelizmente dentro do sistema de ensino, é difícil se mexer. Mas acredito que outras formas de avaliação mais inovadoras são o caminho. Estou me debruçando em estudar um pouco mais sobre outras formas, uma que me chamou muito a atenção, e a aprendizagem por competências que oportuniza uma avaliação significativa para o estudante. A educação baseada em competências identifica os resultados do aprendizado de uma matéria e transforma isso em conhecimento, ou seja, dá mais valor às habilidades práticas do que teóricas. Assim, os objetivos são facilmente mensuráveis. Pretendo me aprofundar mais nessa metodologia e buscar conhecer outras para contribuir com essa linha de raciocínio.
Nós professores e futuros professores precisamos estar instrumentalizados para buscar uma educação mais acolhedora, que contribua ainda mais para o processo de aprendizagem dos educandos e possamos dar mais protagonismo aos estudantes, sei o quão importante foram alguns professores no processo de formação de quem sou hoje.
Portanto, provas só provam que o nosso sistema de ensino é cheio de falhas, potencializam às desigualdades, reproduzem um sistema tecnicista e opressor que: marginaliza e fere simbolicamente os estudantes. Não é atoa que os indicadores vem mostrar nossos péssimos resultados em educação. As provas nós provam o quantos nós professores, gestores e profissionais da educação precisamos trabalhar, se debruçar e lutar por uma educação de qualidade, universal e transformadora.
segunda-feira, 25 de novembro de 2019
A EDUCAÇÃO É TRANSFORMADORA?
Nelson Mandela, proferiu uma frase que até hoje é muito marcante em minha vida "A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo". Entretanto, será que ela realmente é tão poderosa nos dias de hoje?
Entrando a fundo nas tendências filosóficas da educação, que nos ajudam a compreender suas formas de atuação dentro da sociedade, podemos entender como ela se concretiza na vida dos estudantes.
A tendência redentora, reprodutora e transformadora norteiam a educação e limitam suas ações mediante a proposta de cada uma. Se a proposta da educação reprodutora é de reproduzir e tornar o sistema vigente perpétuo, ela vai limitar a ação daqueles que buscam por uma educação transformadora, que compreende na educação, uma forma de libertar aqueles que mais são massacrados pelo sistema vigente. Ambos não se misturam e muito menos se dialogam.
Atualmente, o modelo de educação transformadora, como a tendência progressista libertadora de Paulo Freire, não é utilizado em nenhuma escola do país, somente na educação não formal. Até porque, sendo que a educação está dentro de um sistema de ensino enraizado no sistema capitalista, como utilizar o método libertador de Paulo Freire?
Qual é a definição de educação?
Tenho certeza que essa é um reflexivo todavia complicada, já fiz essa pergunta de bate-pronto para alguns amigos e nenhum conseguiu definir. Parafraseando Daniel Cara, arrisco em dizer que a educação é a apropriação de Cultura, de tudo aquilo que o ser humano criou e cria para além da natureza, as comunidades, as sociedades, os Estados, as línguas, os valores, os esportes, as religiões, a ciência e etc. Enfim, tudo aquilo que é criado pelo ser humano pode ser chamado de Cultura e essas culturas são expressões de anos e mais anos.
Para Paulo Freire, a apropriação da cultura deve ser plena, crítica e reflexiva, sendo parte fundamental da condição humana, essa reflexão que vai contribuir e ajudar na emancipação das mulheres e homens com base no exercício livre e autônomo da leitura do mundo, ou seja, a pessoa terá a instrumentalização necessária para construir, com liberdade, a sua própria história.
Outra frase importante de Mandela me ajuda a resumir essa idéia: a educação transforma o mundo quando pautada na realização do direito humano à educação.
Ou seja, temos uma educação liberal, em partes tecnicista, em partes tradicional e ambas contribuem para a marginalidade. A educação dentro da perspectiva neoliberal, reduz seu papel somente a um insumo econômico capitalista, moralista e não critico.
Portanto, se a educação é tratada absolutamente como um insumo econômico de mercado, onde ela se torna mercadoria, o direito a educação de qualidade realmente está sendo assegurado? Ou a educação atual, não passa de uma agressão simbólica?
Enquanto os liberais raiz buscam lucrar em cima da educação, os utrarreacionarios buscam pela educação doutrinar e destruir a constituição de 88. Com uma doutrina militar e de políticas como o escola sem partido, ou essa nova proposta de um canal de denuncia contra professores.
A educação é transformadora, mas é utilizada pela classe dominante como meio de resignação.
#Educação #Transformadora #PauloFreire #NelsonMandela
quarta-feira, 16 de outubro de 2019
Escolas Analógicas e Estudantes Digitais Nossos sonhos não cabem na escola atual!
Primeiro foi o rádio e depois a TV que revolucionou a comunicação mundial. Em 1970, alguns Brasileiros puderam assistir à Copa do Mundo na TV em cores pela primeira vez. Com o passar dos anos, novas tecnologias de transmissão de TV foram incorporadas. TV de tubo, LCD, LED, até que chegamos ao fim da transmissão analógica. Hoje, já faz parte da rotina das famílias assistir seus programas de TV baseado em uma nova tecnologia, a digital.
O mundo está muito diferente, a internet chegou para ficar e vem ocupando espaços que até então eram inimagináveis. Atualmente temos cerca de 310 milhões de celulares em uso para 210 milhões de habitantes no Brasil, uma média de quase dois aparelhos por pessoa.
Essa tecnologia globalizou a nossa vida, colocou todas as informações em nossas mãos. Uma criança de 7 anos tem mais informação que um senhor de 70 anos de poucas décadas atrás, o que permite a universalização do conhecimento. Basta um click e tem-se diversos livros gratuitos online, vídeo-aulas no Youtube, todos os tipos de informação e pesquisa no Google e etc.
Mas não é de hoje que nos deparamos com escolas vazias, especialmente às sextas, vésperas de feriado ou em qualquer outro dia que se ache motivo ou desculpe para faltas às aulas. E, não só, os índices de evasão escolar estão, principalmente, no ensino médio, a cada dia maior. Será que nossa geração é desinteressada, não tem curiosidades científica ou culturais?
A verdade é outra. Os estudantes estão fugindo da escola porque ela não os atrai. Sendo passivas, não se utilizam de dinâmicas pedagógicas motivadoras e transformadoras. Educação pressupõe ação. O “cuspe e giz” é do século passado, as unidades de ensino são analógicas, como no século passado. Enquanto estamos na era digital, quando mais de 80% dos jovens se utilizam de celulares, professores ainda estão na era do “ditado”. Ao entrarmos na escola, somos obrigados a guardar o século XXI no bolso. Vivemos a relação, “professor fala e aluno escuta”, e o aluno que tente compreender que aquela bolinha desenhada na lousa pela professora é uma célula.
Temos um ensino fraco, automatizado, como fôssemos maquinas de copiar e colar, os jovens tratados como indivíduos como números que recebem notas. Suas potencialidades e sua inteligências não são valorizadas. Não sabem, alguns educadores, esses que elaboram políticas de educação, que uns indivíduos se interessam por uma coisa, outros por outras. Uns tem facilidade lendo, outros ouvindo; mas que todos aprendem se utilizada uma pedagogia mais dinâmica, como o teatro, por exemplo, e ferramentas digitais.
Nossos sonhos não cabem dentro de um prédio de concreto que busca reproduzir e perpetuar um sistema desigual, somos maiores e nossas necessidades são do tamanho do mundo. Queremos ir para a escola para pensar e agir. A cada 23 minutos morre um jovem no Brasil. Quantos desses poderiam, através da educação, ter suas vidas transformadas?
Por Marcio Aurelio e Isaac Santos
quarta-feira, 2 de outubro de 2019
GOVERNO BOLSONARO FEZ A EDUCAÇÃO E O POVO DE REFÉM
Quem nunca viu um filme ou serie, onde bandidos fortemente armados assaltam um banco e fazem dezenas de pessoas de refém? Eu já assisti diversos e sempre é um clichê bacana de assistir, não é mesmo? Mas nunca imaginei que seria possível essa estratégia ser usada para uma aprovação de uma proposta de governo dentro de uma democracia, essa é nova para mim.
Parece que o Ministro da Educação, Abraham Weintraub é fã desse tipo de conteúdo cinematográfico e usou algum desses filmes ou series como espelho para ajudar na pressão para a aprovação da Reforma da Previdência. Como todos sabemos a algum tempo existe esse debate entorno da Previdência e ficou claro, que o Governo Bolsonaro e seus lacaios, iriam fazer de tudo para aprovar essa medida desleal com o povo.
Os filmes de assalto a banco e a nossa conjuntura tem suas semelhanças. O assaltante nos filmes tem o objetivo obvio de saquear o banco e usufruir dessa riqueza de alguma forma, e aqui não é tão diferente. O objetivo da proposta é de perpetuar ainda mais as desigualdades já impostas em nossa sociedade. Mais de 90% da economia da reforma da Previdência virá dos mais pobres, ou seja, vão saquear os mais pobres e dar aos mais ricos, um Hobin Hood às avessas.
Outras semelhanças seriam as estratégias e as formas de conduzir o assalto. Podemos notar em La Casa de Papel as diversas estratégias geniais do Professor para atrasar e confundir a polícia e também ter a aceitação/aprovação da massa. É de extrema importância dentro deste plano que exista uma movimentação forte para que o povo aceite a proposta e participe na pressão. Aqui podemos notar que existiram estratégias, tiveram muitas bombas de fumaça. Bombas de fumaça? Sim, Bolsonaro e sua trupe lançaram durante a tramitação da reforma, diversas declarações polemicas e algumas até totalmente idiotas e ignorantes que fizeram com que a oposição voltasse suas forças para essas declarações e deixassem de lado a reforma, ou seja foram confundidos e atrasados. Outra estratégia foi a promessa de Bolsonaro pagar R$ 20 milhões em emendas parlamentares a cada deputado que votasse a favor da reforma, essa estratégia é bem corriqueira nos bastidores da nossa política nacional e infelizmente, mais uma vez foi usada em prol desse projeto maléfico. Em busca do apoio de popular, o governo lançou diversos comerciais e notícias nos grandes meios de comunicação em busca do convencimento da população e seu eventual apoio. Diversas mentiras como a “Nova previdência que vai combater privilégios”, usou até a negação da política como arma dizendo que a “reforma iria atacar os políticos”. E como remete ao título para mim, a estratégia mais absurda que foi a do contingenciamento (corte) de verbas na educação, mais de 29 bilhões que seriam destinados à educação foram cortados. Esse corte foi uma medida que visa o fim da escola pública, porem foi utilizado como estratégia para a aprovação da reforma. O atual ministro Abraham Weintraub declarou diversas vezes que após a aprovação da reforma existiria o descontingenciamento da verba, ou seja, fez a verba de refém, inclusive ontem saiu a notícia de que R$ 1,99 bilhão foram descontingenciados, e ainda falta uma parte do montante. Quem lembra dos filmes, onde os assaltantes começam a liberar um ou dois reféns em busca de algum benefício ou acordo e no final buscam trocar todos os reféns pela liberdade?
Infelizmente em nosso caso, temos a aprovação da Reforma e a educação a cada dia mais ameaçada, além dos milhões de desempregados e pessoas inadimplentes, precisamos tributar os mais ricos; cobrar os grandes devedores da previdência (bancos); parar de oferecer benefícios fiscais ao grande empresariado quem e gerar empregos! O resto é balela e história digna de uma ficção.
#Educação #Previdência
quinta-feira, 26 de setembro de 2019
SUPER HERÓI, SÓ NA MARVEL
Por Marcio Aurelio Soares *
Isaac Santos **
Não acredito em messias, salvadores da pátria, ou super-heróis. Mas tem gente que sim, e clama por eles.
O fato é que vivenciamos um período de forte acirramento político, com o debate polarizado entre direita x esquerda; e, surpreendentemente, fora de época e ultrapassado, do socialismo – comunismo x capitalismo. Dizem eles, que o socialismo não deu certo. Mas se você perguntar onde, vão dizer, como o Bolsonaro disse ontem na ONU, que no Brasil de Lula.
Na mesma ocasião, afirmou que os médicos cubanos no Brasil, agiam como guerrilheiros infiltrados pelo comunismo cubano.
Acabou a guerra fria e eles não perceberam!
Foram tantas as mentiras e insanidades, que, de princípio achei que só poderia ter saído da boca de um louco.
Ledo engano. Seu discurso tinha, e tem, origem e destino. Origem em Stive Bennon. Ex-assessor de Donald Trump, Presidente dos EUA, que acredita, e trabalha forte para isso, no populismo de direita. Fundador do “The Moviment” – O Movimento – alinhado com os brasileiros Olavo de Carvalho, astrólogo e, autodenominado, filósofo, residente na Virgínia - EUA e Eduardo Bolsonaro, o 01, indicado por seu pai a Embaixada estadunidense. Na Europa, Bennon, está ao lado de Marine Le Pen, na França, e Matteo Salvini, na Itália, líderes da extrema direita em seus países. Também fundador do " site Breitbart, Bannon também foi conselheiro da Cambridge Analytica, consultoria acusada de fornecer dados de milhões de usuários do Facebook para influenciar as eleições presidenciais americanas de 2016. O que vamos encontrar no site que espelha suas ideias? Xenofobismo, homofobia, racismo, machismo, etc. No momento, Bannon elege a China, considerada por ele a “maior ameaça econômica e de segurança nacional que os EUA já enfrentaram”.
E, não fica por aí, este ano, Bennon anunciou a criação da “Escola de Gladiadores”, "um centro de formação religiosa filosófica, voltada ao conservadorismo populista”, cuja sede fica em um mosteiro do século 13 no topo de uma montanha na Itália, chamada de a “Academia Ocidental Judaico-Cristã” que quer atrair financiamento de doadores privados para formar jovens “gladiadores”. O que não me surpreende é que chamou o Olavo de Carvalho, cuja escolaridade, como ele mesmo declara, não passa de cinco anos, para compor seu corpo docente. Imaginem o que será isso?
Ele é louco? Não. Ele tem ideais de extrema direita, supremacista, radical, neoliberal, que, como pudemos perceber na cerimônia de abertura da ONU, tem simpatizantes.
O destino? Um público, essencialmente, de classe média conservadora nos costumes e sem conhecimento sobre suas bases econômicas neoliberais. Por criminalizarem a política e o Estado, optam pela entrega das estatais brasileiras ao estrangeiro, pois em sua visão, “é preferível isso a mantê-las nas mãos de políticos corruptos, como os PTistas presos pelo Juiz Sergio Moro”.
Portanto, o discurso presidencial de ontem, não foi coisa de maluco ou de um desconectado. Bolsonaro, falou para seu público, que dia-a-dia se consolida como uma força política. E, tenham certeza, não foi escrito por ele, que não teria a capacidade de ser tão torpe como foi, de tão desprezível que é.
*Médico Sanitarista e do Trabalho, Presidente do Movimento Cultural Darcy Ribeiro – MCDR-PDT, em Santos.
* Estudante de Pedagogia, Presidente da JS-PDT Santos.
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