Isaac Santos
"Os considerados loucos são aqueles que revolucionam a si e tudo em sua volta"
quarta-feira, 11 de dezembro de 2019
Brasil tem péssimo desempenho em matemática, ciências e leitura no PISA
Avaliação internacional de Alunos aponta que o Brasil ficou longe de chegar a média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico. Veja os gráficos a baixo.
Sim, novamente os indicadores mostram nosso péssimo desempenho e passamos vexame internacional. A notícia parece antiga, mas infelizmente é atual. No Último levantamento do PISA o Brasil ocupa o 70° lugar em Matemática, 66° em ciências e 59° em leitura. As notas estão bem abaixo da média da OCDE, China lidera ranking.
Como podemos notar, temos um desempenho péssimo em matemática. E ficamos muito longe da média da OCDE. Como está ilustrado no gráfico, a média da OCDE são de 489 Pontos, enquanto o Brasil fica com apenas 384 Pontos na 70° posição entre 78° países. A China lidera o ranking com incríveis 591° Pontos e a República Dominicana com 325° pontos em última colocada.
Em ciências, temos uma pontuação um pouco melhor que matemática mas que comparada com a média da OCDE continua sendo ruim. A média da OCDE é de 489 pontos, o Brasil fica com 404 pontos em 66° lugar, a China novamente fica em primeiro com incríveis 590 pontos e na última colocação temos novamente a República Dominicana com 336 pontos.
A surpresa vem em leitura, tivemos uma ligeira melhora nos últimos 10 anos. A Média da OCDE é de 487 pontos, o Brasil fica em 57° lugar com 413 pontos, olha que surpresa a China continua em primeiro lugar com absurdos 555 pontos e em último colocado temos uma novidade, Filipinas toma o lugar da República Dominicana.
China e Brasil tem histórias muito parecidas quando falamos de educação. Ambas buscaram universalizar o ensino no mesmo momento. Hoje podemos notar que mesmo tendo pontos de partida igualitários, estamos muito longe de ter o sucesso que a China obteve.
O Programa Internacional de Avaliação de Alunos, também tem o objetivo de avaliar e gerar indicadores que possam contribuir para a discussão da qualidade educacional nos países participantes.
domingo, 1 de dezembro de 2019
O QUE AS PROVAS PROVAM?
O período de provas, seja eles para o fim de semestre, vestibulares, ou somente provas avaliativas sempre são bem tensos. Independente do objetivo, essas provas mexem com o psicológico dos estudantes e sempre fazem alguns corações chegarem ao céu da boca.
É verdade, que hoje em dia as provas são um método muito comum utilizado em todos os âmbitos educacionais, seja na educação formal e informal, privada ou pública e no ensino básico ou superior.
As notas servem para avaliar o desempenho dos alunos em sala de aula, seu desenvolvimento durante a aprendizagem ou para que o aluno possa acessar a universidade. Dentro do Ensino Básico e Superior, essas notas tendem a estigmatizar os alunos, de um lado os ótimos e bons alunos e de outro os alunos regulares e ruins.
Buscar boas notas acaba se tornando mais importante que aprender, não é atoa que o estudo se intensifica durante as provas e o copiar e colar é totalmente normal.
Além disso, podemos notar a diferenciação dentro das universidades entre estudantes de escolas públicas e estudantes de escolas privadas. Em 2018 apenas 36% dos alunos que completaram o ensino médio na rede pública entraram numa faculdade. O percentual mais que dobra quando o aluno vem da rede privada, em média cerca de 79,2%. Será que as provas realmente conseguem ser efetivas? Ou nesse caso, sem uma avaliação com base em um ponto de partida equitativo só contribuí ainda mais com a exclusão e desigualdade?
As provas sempre são de tirar o sono de muitos, alguns alunos tem muita dificuldade em prestar as provas, outros em lidar com a pressão, alguns não são bons em certa matéria e isso não quer dizer que não sejam inteligentes, pelo contrário, muitos tem outras potencialidades que seriam facilmente identificadas por um método menos frio de avaliação.
Eu serei um futuro professor e as vezes paro e penso, como será para mim ter que aplicar uma prova a um aluno? Talvez, identificar que esse aluno tem diversas potencialidades e as vezes até saiba a questão, mas na hora da prova vai mal. Com certeza, irei refletir muito sobre isso.
A escola precisa identificar as potencialidades de cada um, trabalhar às individualidades de cada um, cada estudante tem suas características e formas de aprender. Logicamente que para isso, os professores deveriam ser infinitamente mais valorizados e melhor remunerados, com condições adequadas de trabalho, por exemplo, sem a superlotação de salas. Mas essa conversa é para um outro assunto.
Além disso, é de extrema importância que possamos refletir sobre a metodologia de avaliação que utilizamos, infelizmente dentro do sistema de ensino, é difícil se mexer. Mas acredito que outras formas de avaliação mais inovadoras são o caminho. Estou me debruçando em estudar um pouco mais sobre outras formas, uma que me chamou muito a atenção, e a aprendizagem por competências que oportuniza uma avaliação significativa para o estudante. A educação baseada em competências identifica os resultados do aprendizado de uma matéria e transforma isso em conhecimento, ou seja, dá mais valor às habilidades práticas do que teóricas. Assim, os objetivos são facilmente mensuráveis. Pretendo me aprofundar mais nessa metodologia e buscar conhecer outras para contribuir com essa linha de raciocínio.
Nós professores e futuros professores precisamos estar instrumentalizados para buscar uma educação mais acolhedora, que contribua ainda mais para o processo de aprendizagem dos educandos e possamos dar mais protagonismo aos estudantes, sei o quão importante foram alguns professores no processo de formação de quem sou hoje.
Portanto, provas só provam que o nosso sistema de ensino é cheio de falhas, potencializam às desigualdades, reproduzem um sistema tecnicista e opressor que: marginaliza e fere simbolicamente os estudantes. Não é atoa que os indicadores vem mostrar nossos péssimos resultados em educação. As provas nós provam o quantos nós professores, gestores e profissionais da educação precisamos trabalhar, se debruçar e lutar por uma educação de qualidade, universal e transformadora.
segunda-feira, 25 de novembro de 2019
A EDUCAÇÃO É TRANSFORMADORA?
Nelson Mandela, proferiu uma frase que até hoje é muito marcante em minha vida "A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo". Entretanto, será que ela realmente é tão poderosa nos dias de hoje?
Entrando a fundo nas tendências filosóficas da educação, que nos ajudam a compreender suas formas de atuação dentro da sociedade, podemos entender como ela se concretiza na vida dos estudantes.
A tendência redentora, reprodutora e transformadora norteiam a educação e limitam suas ações mediante a proposta de cada uma. Se a proposta da educação reprodutora é de reproduzir e tornar o sistema vigente perpétuo, ela vai limitar a ação daqueles que buscam por uma educação transformadora, que compreende na educação, uma forma de libertar aqueles que mais são massacrados pelo sistema vigente. Ambos não se misturam e muito menos se dialogam.
Atualmente, o modelo de educação transformadora, como a tendência progressista libertadora de Paulo Freire, não é utilizado em nenhuma escola do país, somente na educação não formal. Até porque, sendo que a educação está dentro de um sistema de ensino enraizado no sistema capitalista, como utilizar o método libertador de Paulo Freire?
Qual é a definição de educação?
Tenho certeza que essa é um reflexivo todavia complicada, já fiz essa pergunta de bate-pronto para alguns amigos e nenhum conseguiu definir. Parafraseando Daniel Cara, arrisco em dizer que a educação é a apropriação de Cultura, de tudo aquilo que o ser humano criou e cria para além da natureza, as comunidades, as sociedades, os Estados, as línguas, os valores, os esportes, as religiões, a ciência e etc. Enfim, tudo aquilo que é criado pelo ser humano pode ser chamado de Cultura e essas culturas são expressões de anos e mais anos.
Para Paulo Freire, a apropriação da cultura deve ser plena, crítica e reflexiva, sendo parte fundamental da condição humana, essa reflexão que vai contribuir e ajudar na emancipação das mulheres e homens com base no exercício livre e autônomo da leitura do mundo, ou seja, a pessoa terá a instrumentalização necessária para construir, com liberdade, a sua própria história.
Outra frase importante de Mandela me ajuda a resumir essa idéia: a educação transforma o mundo quando pautada na realização do direito humano à educação.
Ou seja, temos uma educação liberal, em partes tecnicista, em partes tradicional e ambas contribuem para a marginalidade. A educação dentro da perspectiva neoliberal, reduz seu papel somente a um insumo econômico capitalista, moralista e não critico.
Portanto, se a educação é tratada absolutamente como um insumo econômico de mercado, onde ela se torna mercadoria, o direito a educação de qualidade realmente está sendo assegurado? Ou a educação atual, não passa de uma agressão simbólica?
Enquanto os liberais raiz buscam lucrar em cima da educação, os utrarreacionarios buscam pela educação doutrinar e destruir a constituição de 88. Com uma doutrina militar e de políticas como o escola sem partido, ou essa nova proposta de um canal de denuncia contra professores.
A educação é transformadora, mas é utilizada pela classe dominante como meio de resignação.
#Educação #Transformadora #PauloFreire #NelsonMandela
quinta-feira, 17 de outubro de 2019
Todo dia um 7x1 diferente
Nossa Seleção Brasileira de Futebol vem decepcionando o povo Brasileiro. Há alguns anos e o tão sonhado grito do Hexa está preso na garganta. Mas será que é só no futebol que o Brasil vem decepcionando?
Em 2014, passamos um dos maiores vexames da história do futebol em um jogo oficial da Copa do Mundo. Fomos massacrados pela Alemanha, que no jogo seguinte se consagraria tetracampeã do torneio. Lembro que ficamos completamente inconsoláveis, parecia até que havia morrido uma pessoa próxima. O país ficou de luto.
Esse sentimento durou por muito tempo, mas não somos só o país do futebol. Queremos ser mais.
Já comentei sobre o PNE - Plano Nacional de Educação. E, neste caso, também tomamos de 7 x 1.
É uma vergonha nacional. Cerca de 80% das 20 metas estabelecidas no Plano estão estagnadas e os 20% restantes foram parcialmente alcançadas. No Brasil, a aprovação escolar se dá de forma automática, os jovens estão sendo empurrados para terminarem a escola de qualquer jeito, e a proficiência em português e matemática, por exemplo, só vem diminuindo ao logo do tempo. Isso é preocupante. Como podem os jovens serem aprovados mesmo sem a mínima condição?
Nosso Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) vem mostrando a nossa insuficiência em melhorar a qualidade da Educação. A nível nacional, só batemos a meta dos anos iniciais do Ensino Fundamental (EF), de 5,5. No Ensino Médio (EM), por exemplo, não batemos a meta mínima de 4,3; chegamos somente chegamos a 3,9. Vergonhoso. Aqui em Santos a história se repete. Conseguimos bater a meta nos anos iniciais do E F e ficamos longe de bater as metas nos anos finais do E.F. e do EM. No Ensino Médio, a meta era de 4,2 e amargamos um 4,0. Sobral (CE), um município no semiárido cearense, tem o PIB seis vezes menor que o de Santos e metade de nossa população, o que significa que temos por volta de três da riqueza dos cearenses, tem a nota 9,2 em média. Das 10 melhores escolas do país, 7 estão no Ceará, o oitavo Estado da Federação. Será que existe mágica ou somente interesse político?
Outro Programa de avaliação da educação, o PISA -Programa Internacional de Avaliação de Alunos, também tem o objetivo de avaliar e gerar indicadores que possam contribuir para a discussão da qualidade educacional nos países participantes. Na sua última edição, 70 países foram analisados e o Brasil ficou 59º lugar em leitura, 63º em ciências e 65º em matemática.
Somos a terra do Pelé. Nosso craque do século quando fez seu milésimo gol no Maracanã, o dedicou às crianças de todo o país. Disse ele: “Pensem nas criancinhas. (...) Volto a lembrança para as criancinhas pobres, necessitadas de uma roupa usada e de um prato de comida. Ajudem as crianças desafortunadas, que necessitam do pouco de quem tem muito. (...) Pelo amor de Deus, o povo brasileiro não pode perder mais crianças”. E continuamos, após 50 anos, longes de sermos um país amigo da educação.
Não sou craque, mas sonho como Pelé. Ver meu lugar, como diz Arlindo Cruz em seu samba, “cercado de luta e suor. Esperança num mundo melhor”. Com educação nota 10.
Por Isaac Santos e Marcio Aurelio Soares
quarta-feira, 16 de outubro de 2019
Escolas Analógicas e Estudantes Digitais Nossos sonhos não cabem na escola atual!
Primeiro foi o rádio e depois a TV que revolucionou a comunicação mundial. Em 1970, alguns Brasileiros puderam assistir à Copa do Mundo na TV em cores pela primeira vez. Com o passar dos anos, novas tecnologias de transmissão de TV foram incorporadas. TV de tubo, LCD, LED, até que chegamos ao fim da transmissão analógica. Hoje, já faz parte da rotina das famílias assistir seus programas de TV baseado em uma nova tecnologia, a digital.
O mundo está muito diferente, a internet chegou para ficar e vem ocupando espaços que até então eram inimagináveis. Atualmente temos cerca de 310 milhões de celulares em uso para 210 milhões de habitantes no Brasil, uma média de quase dois aparelhos por pessoa.
Essa tecnologia globalizou a nossa vida, colocou todas as informações em nossas mãos. Uma criança de 7 anos tem mais informação que um senhor de 70 anos de poucas décadas atrás, o que permite a universalização do conhecimento. Basta um click e tem-se diversos livros gratuitos online, vídeo-aulas no Youtube, todos os tipos de informação e pesquisa no Google e etc.
Mas não é de hoje que nos deparamos com escolas vazias, especialmente às sextas, vésperas de feriado ou em qualquer outro dia que se ache motivo ou desculpe para faltas às aulas. E, não só, os índices de evasão escolar estão, principalmente, no ensino médio, a cada dia maior. Será que nossa geração é desinteressada, não tem curiosidades científica ou culturais?
A verdade é outra. Os estudantes estão fugindo da escola porque ela não os atrai. Sendo passivas, não se utilizam de dinâmicas pedagógicas motivadoras e transformadoras. Educação pressupõe ação. O “cuspe e giz” é do século passado, as unidades de ensino são analógicas, como no século passado. Enquanto estamos na era digital, quando mais de 80% dos jovens se utilizam de celulares, professores ainda estão na era do “ditado”. Ao entrarmos na escola, somos obrigados a guardar o século XXI no bolso. Vivemos a relação, “professor fala e aluno escuta”, e o aluno que tente compreender que aquela bolinha desenhada na lousa pela professora é uma célula.
Temos um ensino fraco, automatizado, como fôssemos maquinas de copiar e colar, os jovens tratados como indivíduos como números que recebem notas. Suas potencialidades e sua inteligências não são valorizadas. Não sabem, alguns educadores, esses que elaboram políticas de educação, que uns indivíduos se interessam por uma coisa, outros por outras. Uns tem facilidade lendo, outros ouvindo; mas que todos aprendem se utilizada uma pedagogia mais dinâmica, como o teatro, por exemplo, e ferramentas digitais.
Nossos sonhos não cabem dentro de um prédio de concreto que busca reproduzir e perpetuar um sistema desigual, somos maiores e nossas necessidades são do tamanho do mundo. Queremos ir para a escola para pensar e agir. A cada 23 minutos morre um jovem no Brasil. Quantos desses poderiam, através da educação, ter suas vidas transformadas?
Por Marcio Aurelio e Isaac Santos
sábado, 12 de outubro de 2019
COTAS RACIAIS ?
Já falei sobre a desigualdade racial e os fatores históricos que impulsionam a necessidade das cotas, então bora nos aprofundar e falar sobre cotas ?
Bom, acredito que todos nós sabemos que Cotas no Brasil é uma novidade, se comparado com alguns países espalhados pelo mundo e diante de alguns fatos sobre a escravidão
Lembrando que o Brasil foi o ultimo pais da América a abolir a escravidão e também aquele que mais exportou escravos
O primeiro pais a adotar as cotas foi a Índia em 1948, que funcionam até hoje e são obrigatórias no serviço público, na educação e em todos os órgãos estatais. Uma pesquisa feita em 2005 mostrou que em 1950, o número de Dalits (Uma casta social oprimida, em geral formada por trabalhadores braçais) que tinham curso superior era de 1%. Em 2005 esse percentual saltou para 12%. “A Índia é um exemplo internacional da utilização do sistema de cotas”, afirma José Jorge de Carvalho, que é um grande estudioso de cotas no Brasil e pioneiro na implantação das cotas raciais na UNB em 2003, junto com a professora Rita Segato
Aliás, outro pais que de certa forma foi pioneiro, são os Estados Unidos que começam a aplicar as cotas em 1960, já aqui no Brasil só em 2012 vira lei que toda instituição superior federal deve destinar 50% de suas vagas para estudantes oriundos de escola Pública ou seja cotas SOCIAIS
A UERJ já em 2000 foi pioneira na aplicação de cotas sociais e a UNB faculdade na qual o professor José Jorge de carvalho era professor, aplica cotas raciais em 2004 sendo assim pioneira na questão aqui no Brasil.
Dos 50% de vagas para cotas previstas em lei, 25% são destinados aqueles cuja renda familiar é de até um salário mínimo e meio. Desses 25%, 14% são garantidas a pretos, pardos e indígenas, desses 14%, 3% para deficientes.
Aqui no Brasil foi só governo do FHC que começou a se estudar a necessidade de reparação ao povo negro, isso em 1995
Mas foi só em 2003 no Governo Lula, que foi criado uma Secretaria para promoção da igualdade racial, ou seja foi criado um órgão responsável para buscar e aplicar medidas que trouxessem a democracia racial, as cotas são uma dessas medidas, uma medida de curto prazo.
Mas uma medida de longo prazo não seria mais eficiente ?
Claro, mas não podemos falar para um jovem que está terminando o Ensino Médio esse ano, e falar "Pow cara, fica tranquilo, que daqui uns 15 anos, a próxima geração vai ter condições de entrar na faculdade"
Ou seja, as medidas de curto prazo, são de extrema importância e junto com outras medidas de curto prazo e longo prazo, ações afirmativas tem papel fundamental para o avanço de um debate antigo, no qual só conseguimos avançar no século XX,
Portanto, só para ressaltar, dentro de uma Democracia, precisamos ter todos os tipos de povos representados e olhamos para o congresso, serviço público, ensino superior e infelizmente não encontramos uma diversidade plena. Precisamos mudar este cenário, direitos precisam ser garantidos hoje.
FATOR HISTÓRICO PARA ENTENDER AS COTAS
Vamos falar sobre um fator histórico, para que possamos entender as cotas ?
No último texto que fiz, falei sobre democracia racial e uma pesquisa, onde dois grandes pensadores, Florestan Fernandez e Jorge Bastide fizeram. Segundo eles, supostamente a abolição iria ocorrer em 1888. Porém, após o processo de abolição jamais existiu uma política que ajudasse o nosso povo a se inserir na sociedade. Nunca existiu um tipo de compensação ao povo negro, então disso vem essa questão da divida histórica.
É importante que a gente tome cuidado com essa palavra.
Não é que os brancos estão devendo algo ao nosso povo e sim que nunca existiu uma politica de compensação que nos inserisse na sociedade. Ao contrário, foram jogados na marginalidade.
Tão marginalizados que a ideologia da época dizia que o Negro representava o "Atraso" e o Branco representava o "Progresso". Ou seja, sempre contratavam os Brancos. Quem iria querer contratar o tal atraso ? Pessoas que até pouco tempo eram escravos, então o regime assalariado era um privilégio para os brancos
Portanto, não dá para a gente esquecer ou desprezar esse fato histórico e pensar que os arranjos sociais que temos hoje, não tem familiaridade com o passado. É só observar os dados atuais pra gente perceber que a situação dos negros é muito inferior ao dos brancos, e quem diz que isso não tem nada haver com o processo histórico, desculpa pela sinceridade mas você também faz parte do problema.
Os dados são do senso de 2010 e do IBGE de 2016
Senso 2010: Mais de 190 milhões de Brasileiros
IBGE 2016 = 51% da população corresponde a negra, antigamente era bem menos, mas pelo fato das pessoas estarem se reconhecendo como negras e se empoderando, isso acaba sendo contundente para a ampliação real dos dados
Esses dados são absurdos, para resumir, se você jogar o indivíduo em questão, sem condições nenhuma para que ele possa se inserir dentro do mercado de trabalho, é uma forma onde ele tenha a necessidade de se sujeitar a qualquer condição de trabalho, sendo ela de um semi-escravagismo ou à condições precárias e etc...
E você, notou alguma uma similaridade com a atualidade ?
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Avaliação internacional de Alunos aponta que o Brasil ficou longe de chegar a média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econ...
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