quinta-feira, 17 de outubro de 2019
Todo dia um 7x1 diferente
Nossa Seleção Brasileira de Futebol vem decepcionando o povo Brasileiro. Há alguns anos e o tão sonhado grito do Hexa está preso na garganta. Mas será que é só no futebol que o Brasil vem decepcionando?
Em 2014, passamos um dos maiores vexames da história do futebol em um jogo oficial da Copa do Mundo. Fomos massacrados pela Alemanha, que no jogo seguinte se consagraria tetracampeã do torneio. Lembro que ficamos completamente inconsoláveis, parecia até que havia morrido uma pessoa próxima. O país ficou de luto.
Esse sentimento durou por muito tempo, mas não somos só o país do futebol. Queremos ser mais.
Já comentei sobre o PNE - Plano Nacional de Educação. E, neste caso, também tomamos de 7 x 1.
É uma vergonha nacional. Cerca de 80% das 20 metas estabelecidas no Plano estão estagnadas e os 20% restantes foram parcialmente alcançadas. No Brasil, a aprovação escolar se dá de forma automática, os jovens estão sendo empurrados para terminarem a escola de qualquer jeito, e a proficiência em português e matemática, por exemplo, só vem diminuindo ao logo do tempo. Isso é preocupante. Como podem os jovens serem aprovados mesmo sem a mínima condição?
Nosso Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) vem mostrando a nossa insuficiência em melhorar a qualidade da Educação. A nível nacional, só batemos a meta dos anos iniciais do Ensino Fundamental (EF), de 5,5. No Ensino Médio (EM), por exemplo, não batemos a meta mínima de 4,3; chegamos somente chegamos a 3,9. Vergonhoso. Aqui em Santos a história se repete. Conseguimos bater a meta nos anos iniciais do E F e ficamos longe de bater as metas nos anos finais do E.F. e do EM. No Ensino Médio, a meta era de 4,2 e amargamos um 4,0. Sobral (CE), um município no semiárido cearense, tem o PIB seis vezes menor que o de Santos e metade de nossa população, o que significa que temos por volta de três da riqueza dos cearenses, tem a nota 9,2 em média. Das 10 melhores escolas do país, 7 estão no Ceará, o oitavo Estado da Federação. Será que existe mágica ou somente interesse político?
Outro Programa de avaliação da educação, o PISA -Programa Internacional de Avaliação de Alunos, também tem o objetivo de avaliar e gerar indicadores que possam contribuir para a discussão da qualidade educacional nos países participantes. Na sua última edição, 70 países foram analisados e o Brasil ficou 59º lugar em leitura, 63º em ciências e 65º em matemática.
Somos a terra do Pelé. Nosso craque do século quando fez seu milésimo gol no Maracanã, o dedicou às crianças de todo o país. Disse ele: “Pensem nas criancinhas. (...) Volto a lembrança para as criancinhas pobres, necessitadas de uma roupa usada e de um prato de comida. Ajudem as crianças desafortunadas, que necessitam do pouco de quem tem muito. (...) Pelo amor de Deus, o povo brasileiro não pode perder mais crianças”. E continuamos, após 50 anos, longes de sermos um país amigo da educação.
Não sou craque, mas sonho como Pelé. Ver meu lugar, como diz Arlindo Cruz em seu samba, “cercado de luta e suor. Esperança num mundo melhor”. Com educação nota 10.
Por Isaac Santos e Marcio Aurelio Soares
quarta-feira, 16 de outubro de 2019
Escolas Analógicas e Estudantes Digitais Nossos sonhos não cabem na escola atual!
Primeiro foi o rádio e depois a TV que revolucionou a comunicação mundial. Em 1970, alguns Brasileiros puderam assistir à Copa do Mundo na TV em cores pela primeira vez. Com o passar dos anos, novas tecnologias de transmissão de TV foram incorporadas. TV de tubo, LCD, LED, até que chegamos ao fim da transmissão analógica. Hoje, já faz parte da rotina das famílias assistir seus programas de TV baseado em uma nova tecnologia, a digital.
O mundo está muito diferente, a internet chegou para ficar e vem ocupando espaços que até então eram inimagináveis. Atualmente temos cerca de 310 milhões de celulares em uso para 210 milhões de habitantes no Brasil, uma média de quase dois aparelhos por pessoa.
Essa tecnologia globalizou a nossa vida, colocou todas as informações em nossas mãos. Uma criança de 7 anos tem mais informação que um senhor de 70 anos de poucas décadas atrás, o que permite a universalização do conhecimento. Basta um click e tem-se diversos livros gratuitos online, vídeo-aulas no Youtube, todos os tipos de informação e pesquisa no Google e etc.
Mas não é de hoje que nos deparamos com escolas vazias, especialmente às sextas, vésperas de feriado ou em qualquer outro dia que se ache motivo ou desculpe para faltas às aulas. E, não só, os índices de evasão escolar estão, principalmente, no ensino médio, a cada dia maior. Será que nossa geração é desinteressada, não tem curiosidades científica ou culturais?
A verdade é outra. Os estudantes estão fugindo da escola porque ela não os atrai. Sendo passivas, não se utilizam de dinâmicas pedagógicas motivadoras e transformadoras. Educação pressupõe ação. O “cuspe e giz” é do século passado, as unidades de ensino são analógicas, como no século passado. Enquanto estamos na era digital, quando mais de 80% dos jovens se utilizam de celulares, professores ainda estão na era do “ditado”. Ao entrarmos na escola, somos obrigados a guardar o século XXI no bolso. Vivemos a relação, “professor fala e aluno escuta”, e o aluno que tente compreender que aquela bolinha desenhada na lousa pela professora é uma célula.
Temos um ensino fraco, automatizado, como fôssemos maquinas de copiar e colar, os jovens tratados como indivíduos como números que recebem notas. Suas potencialidades e sua inteligências não são valorizadas. Não sabem, alguns educadores, esses que elaboram políticas de educação, que uns indivíduos se interessam por uma coisa, outros por outras. Uns tem facilidade lendo, outros ouvindo; mas que todos aprendem se utilizada uma pedagogia mais dinâmica, como o teatro, por exemplo, e ferramentas digitais.
Nossos sonhos não cabem dentro de um prédio de concreto que busca reproduzir e perpetuar um sistema desigual, somos maiores e nossas necessidades são do tamanho do mundo. Queremos ir para a escola para pensar e agir. A cada 23 minutos morre um jovem no Brasil. Quantos desses poderiam, através da educação, ter suas vidas transformadas?
Por Marcio Aurelio e Isaac Santos
sábado, 12 de outubro de 2019
COTAS RACIAIS ?
Já falei sobre a desigualdade racial e os fatores históricos que impulsionam a necessidade das cotas, então bora nos aprofundar e falar sobre cotas ?
Bom, acredito que todos nós sabemos que Cotas no Brasil é uma novidade, se comparado com alguns países espalhados pelo mundo e diante de alguns fatos sobre a escravidão
Lembrando que o Brasil foi o ultimo pais da América a abolir a escravidão e também aquele que mais exportou escravos
O primeiro pais a adotar as cotas foi a Índia em 1948, que funcionam até hoje e são obrigatórias no serviço público, na educação e em todos os órgãos estatais. Uma pesquisa feita em 2005 mostrou que em 1950, o número de Dalits (Uma casta social oprimida, em geral formada por trabalhadores braçais) que tinham curso superior era de 1%. Em 2005 esse percentual saltou para 12%. “A Índia é um exemplo internacional da utilização do sistema de cotas”, afirma José Jorge de Carvalho, que é um grande estudioso de cotas no Brasil e pioneiro na implantação das cotas raciais na UNB em 2003, junto com a professora Rita Segato
Aliás, outro pais que de certa forma foi pioneiro, são os Estados Unidos que começam a aplicar as cotas em 1960, já aqui no Brasil só em 2012 vira lei que toda instituição superior federal deve destinar 50% de suas vagas para estudantes oriundos de escola Pública ou seja cotas SOCIAIS
A UERJ já em 2000 foi pioneira na aplicação de cotas sociais e a UNB faculdade na qual o professor José Jorge de carvalho era professor, aplica cotas raciais em 2004 sendo assim pioneira na questão aqui no Brasil.
Dos 50% de vagas para cotas previstas em lei, 25% são destinados aqueles cuja renda familiar é de até um salário mínimo e meio. Desses 25%, 14% são garantidas a pretos, pardos e indígenas, desses 14%, 3% para deficientes.
Aqui no Brasil foi só governo do FHC que começou a se estudar a necessidade de reparação ao povo negro, isso em 1995
Mas foi só em 2003 no Governo Lula, que foi criado uma Secretaria para promoção da igualdade racial, ou seja foi criado um órgão responsável para buscar e aplicar medidas que trouxessem a democracia racial, as cotas são uma dessas medidas, uma medida de curto prazo.
Mas uma medida de longo prazo não seria mais eficiente ?
Claro, mas não podemos falar para um jovem que está terminando o Ensino Médio esse ano, e falar "Pow cara, fica tranquilo, que daqui uns 15 anos, a próxima geração vai ter condições de entrar na faculdade"
Ou seja, as medidas de curto prazo, são de extrema importância e junto com outras medidas de curto prazo e longo prazo, ações afirmativas tem papel fundamental para o avanço de um debate antigo, no qual só conseguimos avançar no século XX,
Portanto, só para ressaltar, dentro de uma Democracia, precisamos ter todos os tipos de povos representados e olhamos para o congresso, serviço público, ensino superior e infelizmente não encontramos uma diversidade plena. Precisamos mudar este cenário, direitos precisam ser garantidos hoje.
FATOR HISTÓRICO PARA ENTENDER AS COTAS
Vamos falar sobre um fator histórico, para que possamos entender as cotas ?
No último texto que fiz, falei sobre democracia racial e uma pesquisa, onde dois grandes pensadores, Florestan Fernandez e Jorge Bastide fizeram. Segundo eles, supostamente a abolição iria ocorrer em 1888. Porém, após o processo de abolição jamais existiu uma política que ajudasse o nosso povo a se inserir na sociedade. Nunca existiu um tipo de compensação ao povo negro, então disso vem essa questão da divida histórica.
É importante que a gente tome cuidado com essa palavra.
Não é que os brancos estão devendo algo ao nosso povo e sim que nunca existiu uma politica de compensação que nos inserisse na sociedade. Ao contrário, foram jogados na marginalidade.
Tão marginalizados que a ideologia da época dizia que o Negro representava o "Atraso" e o Branco representava o "Progresso". Ou seja, sempre contratavam os Brancos. Quem iria querer contratar o tal atraso ? Pessoas que até pouco tempo eram escravos, então o regime assalariado era um privilégio para os brancos
Portanto, não dá para a gente esquecer ou desprezar esse fato histórico e pensar que os arranjos sociais que temos hoje, não tem familiaridade com o passado. É só observar os dados atuais pra gente perceber que a situação dos negros é muito inferior ao dos brancos, e quem diz que isso não tem nada haver com o processo histórico, desculpa pela sinceridade mas você também faz parte do problema.
Os dados são do senso de 2010 e do IBGE de 2016
Senso 2010: Mais de 190 milhões de Brasileiros
IBGE 2016 = 51% da população corresponde a negra, antigamente era bem menos, mas pelo fato das pessoas estarem se reconhecendo como negras e se empoderando, isso acaba sendo contundente para a ampliação real dos dados
Esses dados são absurdos, para resumir, se você jogar o indivíduo em questão, sem condições nenhuma para que ele possa se inserir dentro do mercado de trabalho, é uma forma onde ele tenha a necessidade de se sujeitar a qualquer condição de trabalho, sendo ela de um semi-escravagismo ou à condições precárias e etc...
E você, notou alguma uma similaridade com a atualidade ?
DESIGUALDADE RACIAL É REAL
Dois sociólogos, Florestan Fernandes e Roger Bastide, chegaram a conclusão em uma pesquisa feita pela década de 50, que somos um pais extremamente racista. Porém é um racismo velado, ou seja, sempre conhecemos alguém racista, mas nunca somos.
E quando não reconhecemos que existe um problema, como podemos resolver ?
O mito da democracia Racial sempre existiu em nosso país, e um dos pontos usados na época, é que em comparação com outros países, o Brasil era muito harmonioso e gentil com a diversidade, pois por exemplo, nos Estados Unidos, existia o "Regime de Segregação" que era lei e na África do Sul, existia o "Apartheid"
E essa ideia foi sustentada pelo Gilberto Freyre, caso alguém tenha vontade de se aprofundar, procure a obra "Casa Grande e Senzala".
Por isso, existe um mito aqui no país, onde diz que sim, existe democracia racial e, esse mito impediu brancos e até negros de compreenderem as raízes da situação.
Se existe racismo, existe desigualdade racial e se existe desigualdade racial é porque não existe democracia.
"Pow Isaac, então não existe democracia plena no Brasil ?
Pois é, o Democracy index, afirma que somos o 51° país quando se fala de democracia, ( lembrando que um dos fatores necessários para se ter uma democracia é,
o respeito às minorias e a busca pela equidade), ou seja o Democracy Index coloca o Brasil, como uma democracia falha.
Também queremos ser um país meritocrático, mas não somos um pais meritocrático, pois se a gente observar a situação socioeconômica dos brancos e negros, vamos perceber que existe uma grande diferença. A situação dos negros é muito inferior.
Dos 10% mais pobres os negros são 78,5%
E os 10% mais ricos só 20% são negros
Ou seja, existe meritocracia e igualdade racial ? E se a nossa situação é inferior e a gente acreditar que aqui no Brasil a meritocracia existe, no fundo a gente só vai conseguir justificar essa diferenciação pelo fato dos negros serem inferiores e todos nós sabemos que isso não é verdade.
A CADA 23 MINUTOS UMA MÃE FICA DE LUTO!
Título pesado, não é mesmo? Pois essa é a realidade em nosso país. A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no país. Os números são muito preocupantes. Por dia são 63 assassinatos de jovens negros no Brasil, totalizando 23 mil mortes por ano. Infelizmente esse número não para de crescer. Diversas campanhas estão sendo realizadas no pais, como a Campanha Vidas Negras, que é realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU); ela ressalta que “valorizar a vida da juventude negra é superar a violência”. A campanha tem por objetivo dar a devida importância às políticas públicas de prevenção e enfrentamento da discriminação racial. Ressalto que o Brasil foi o último País da America a abolir a escravidão em 1888 e também aquele que mais exportou escravos.
Desde então, foram poucas Políticas Públicas que buscaram o enfrentamento da desigualdade racial em nosso meio. Logo após a abolição da escravatura, os negros foram jogados na marginalidade e, a ideologia à época tratava os negros como um “atraso”; os brancos não queriam pagar um salário para aqueles que até pouco tempo eram seus escravos. Quando jogamos o indivíduo na sociedade sem condições para que ele adentre ao mercado de trabalho e também não oferecemos condições para que ele tenha uma vida digna, o sujeitamos a qualquer formato de trabalho e de vida. Atualmente, com 13 milhões de desempregados e o patronato com o discurso de menos direitos e mais empregos, precarizando ainda mais as condições de trabalho e remunerando menos o proletariado, sabemos que os mais atingidos com a falta de emprego são os negros e os jovens. E nós não precisamos ser sociólogos para perceber que esses fatores históricos resultam nos problemas que vivenciamos na atualidade. Quando olhamos os números, podemos notar que a vida da juventude negra não tem valor. Em 2017 segundo o Atlas da Violência, 75,5% das vítimas de homicídio no Brasil eram negras, ou seja 7 a cada 10 jovens assassinados no Brasil são negros e dos 10% mais pobres 78,5% são negros.
A campanha da ONU também aborda o tratamento desigual à pessoas negras nos espaços públicos e o vazio deixado nas famílias e comunidades pelos assassinatos e o genocídio cometido pela polícia aos negros. Das 4.222 pessoas mortas em decorrência de intervenção policial, 81,8% tinham entre 12 e 29 anos e 76,2% eram negras. Mas 56% de policiais vítimas de homicídio no Brasil também são negros.
Fica claro, portanto, que esses números são a expressão bruta das desigualdades raciais e isso precisa ter um fim!
Apenas 16% dos jovens negros estão dentro de uma universidade. Até quando essas mães vão chorar por ver seus filhos assassinados? Não seria melhor termos políticas públicas que pudessem fazer essas mães chorassem de emoção vendo seus filhos entrarem na Universidade?
#ONUBrasil #Genocidio #AJuventudeQuerSonhar #VidasNegras — com ONU Brasil e Memorial Pela Vida da Juventude Negra.
quarta-feira, 9 de outubro de 2019
MEU SUPER HERÓI
Esse lindão na foto comigo é meu Pai. Fica esse registro de uma noite muito importante para nós, essa foi a primeira vez que fomos no cinema juntos. Talvez para alguns seja somente um evento corriqueiro, mas no meu caso foi uma noite que ficará marcada em minha historia
Meu pai é um dos muitos baianos que largaram seus lares em busca de uma vida melhor em São Paulo. São cerca de 30 anos aqui no Estado, trabalhando, acordando cedo e lutando por uma vida melhor. Suas perspectivas foram destruídas por aqui e depois de toda essa luta, o seu maior sonho é retornar a sua terra e um dos meus sonhos é tornar esse sonho realidade.
Podemos notar como o sistema é cruel e como a meritocracia é somente historinha para perpetuação do capitalismo.
Mas vamos falar de coisa boa ? A gente quando é criança sempre admira algum super herói, a gente sempre quer ser igual e ter os mesmos super poderes não é mesmo ?
O Meu super herói estava dentro de casa, seu Batmóvel era a sua barra forte; o desemprego era a sua Criptonita; sempre foi forte como o Hulk; lutava como um Homem de Ferro e mesmo sem poderes me salvou várias vezes. Esse é o meu super herói e tenho muito orgulho de chama-lo de Pai.
Em um País onde 5,5 milhões de crianças não tem o nome do Pai na certidão, ter você do meu lado contando suas piadas ruins (kkk) é o maior "Eu te amo" que um pai pode dar. Obrigado e amo você.
Aliás uma curiosidade sobre o filme. Fomos assistir Rambo 5. Rambo é um personagem muito marcante na minha infância, pois meu pai sempre assistia essa série e, como eu sempre fui bem magrinho, ele comentava em tom de ironia e brincadeira "Olha os músculos dele, parece o Stalonge" (kkkk) em referência ao ator e produtor de Rambo, Silvester Stallone.
#MeuSuperHeroi #Pai
segunda-feira, 7 de outubro de 2019
O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO ESTÁ EM RISCO ?
Falei sobre como funciona o Financiamento da educação, sobre como surgiu e como funciona o FUNDEB, mas com os cortes na educação e a atual situação do país, o investimento da Educação está risco ?
Existem poucas movimentações no congresso e ambas estão a passo de tartaruga, três Emendas Constitucionais (PEC) estão em tramitação, duas no Senado Federal e uma no Congresso Nacional, às três emendas buscam garantir a permanência do FUNDEB após 2020 e além disso torna-lo permanente na Constituição, diferente da atual que prevê o fim para Dezembro de 2020. Atualmente o repasse da União é de 10% no valor total dos fundos dos estados e municípios e a ideia é que a capacidade de investimento pule para 40% em uma das emendas no Senado, já no Congresso Nacional a proposta é de 15% e que gradativamente exista um aumento em 10 anos até os 30%.
Porém, temos um Governo que trata a educação como mercadoria e que não entende o papel fundamental da educação no crescimento do país, ou melhor finge que não entende. A proposta do Governo Bolsonaro é menor que as demais propostas, eles buscam sair de 10% e chegar em 15%, aumentando gradativamente o percentual em 1% a cada ano e em 5 anos chegar nos 15%. o Atual Ministro da Educação Abraham Weintraub, declarou que um aumento superior a essa proposta seria inviável sem o crescimento da economia e também disse que após a aprovação da reforma da Previdência, existiria um aumento na arrecadação e após isso seria prioridade o descontigenciamento das verbas destinadas a educação. (Fez a verba da educação de refém) O ministro vem realizando diversos cortes em outros programas na educação e vem com uma proposta de aumentar 5% em 5 anos, ou seja isso seria um desinvestimento na educação, se você tira de Chico para dar a Francisco e eles são irmãos e dividem o mesmo teto, o problema continua da mesma forma. Só transferiu o problema. Isso mostra ainda mais a incompetência deste Governo.
Este governo vem fazendo cortes no FUNDEB?
A arrecadação em nosso país vem diminuindo e por isso desde 2015 o FUNDEB acaba tendo muitas dificuldades em suprir as despesas recorrentes, e pior a união não consegue destinar verbas como previsto na lei, pois existe a PEC do teto de gastos que impossibilita o investimento em educação e etc..
Ou seja existem diversos cortes, mas eles não são diretamente ao FUNDEB. Com a queda na arrecadação e com a União sem poder complementar este fundo, o FUNDEB acaba sendo atingido indiretamente, nossa educação Básica fica ameaçada e em estado de alerta. A falta ou o não funcionamento correto deste fundo representa uma série de retrocessos para nossas crianças e jovens como a perpetuação de desigualdades, falta de recursos ao pagamento de docentes, o não cumprimento de diversas metas do Plano Nacional de Educação (PNE) e do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) e por um caos completo na organização do ensino.
Precisamos lutar por uma Educação Transformadora e este governo vem construindo uma agenda de retrocessos, não só para a educação, mas também para grande parte da população, em especial para aqueles que mais precisam. Precisamos ficar atentos e seguir na luta por um país que trate a educação como investimento e não como gasto.
#FUNDEB #Educação
quarta-feira, 2 de outubro de 2019
GOVERNO BOLSONARO FEZ A EDUCAÇÃO E O POVO DE REFÉM
Quem nunca viu um filme ou serie, onde bandidos fortemente armados assaltam um banco e fazem dezenas de pessoas de refém? Eu já assisti diversos e sempre é um clichê bacana de assistir, não é mesmo? Mas nunca imaginei que seria possível essa estratégia ser usada para uma aprovação de uma proposta de governo dentro de uma democracia, essa é nova para mim.
Parece que o Ministro da Educação, Abraham Weintraub é fã desse tipo de conteúdo cinematográfico e usou algum desses filmes ou series como espelho para ajudar na pressão para a aprovação da Reforma da Previdência. Como todos sabemos a algum tempo existe esse debate entorno da Previdência e ficou claro, que o Governo Bolsonaro e seus lacaios, iriam fazer de tudo para aprovar essa medida desleal com o povo.
Os filmes de assalto a banco e a nossa conjuntura tem suas semelhanças. O assaltante nos filmes tem o objetivo obvio de saquear o banco e usufruir dessa riqueza de alguma forma, e aqui não é tão diferente. O objetivo da proposta é de perpetuar ainda mais as desigualdades já impostas em nossa sociedade. Mais de 90% da economia da reforma da Previdência virá dos mais pobres, ou seja, vão saquear os mais pobres e dar aos mais ricos, um Hobin Hood às avessas.
Outras semelhanças seriam as estratégias e as formas de conduzir o assalto. Podemos notar em La Casa de Papel as diversas estratégias geniais do Professor para atrasar e confundir a polícia e também ter a aceitação/aprovação da massa. É de extrema importância dentro deste plano que exista uma movimentação forte para que o povo aceite a proposta e participe na pressão. Aqui podemos notar que existiram estratégias, tiveram muitas bombas de fumaça. Bombas de fumaça? Sim, Bolsonaro e sua trupe lançaram durante a tramitação da reforma, diversas declarações polemicas e algumas até totalmente idiotas e ignorantes que fizeram com que a oposição voltasse suas forças para essas declarações e deixassem de lado a reforma, ou seja foram confundidos e atrasados. Outra estratégia foi a promessa de Bolsonaro pagar R$ 20 milhões em emendas parlamentares a cada deputado que votasse a favor da reforma, essa estratégia é bem corriqueira nos bastidores da nossa política nacional e infelizmente, mais uma vez foi usada em prol desse projeto maléfico. Em busca do apoio de popular, o governo lançou diversos comerciais e notícias nos grandes meios de comunicação em busca do convencimento da população e seu eventual apoio. Diversas mentiras como a “Nova previdência que vai combater privilégios”, usou até a negação da política como arma dizendo que a “reforma iria atacar os políticos”. E como remete ao título para mim, a estratégia mais absurda que foi a do contingenciamento (corte) de verbas na educação, mais de 29 bilhões que seriam destinados à educação foram cortados. Esse corte foi uma medida que visa o fim da escola pública, porem foi utilizado como estratégia para a aprovação da reforma. O atual ministro Abraham Weintraub declarou diversas vezes que após a aprovação da reforma existiria o descontingenciamento da verba, ou seja, fez a verba de refém, inclusive ontem saiu a notícia de que R$ 1,99 bilhão foram descontingenciados, e ainda falta uma parte do montante. Quem lembra dos filmes, onde os assaltantes começam a liberar um ou dois reféns em busca de algum benefício ou acordo e no final buscam trocar todos os reféns pela liberdade?
Infelizmente em nosso caso, temos a aprovação da Reforma e a educação a cada dia mais ameaçada, além dos milhões de desempregados e pessoas inadimplentes, precisamos tributar os mais ricos; cobrar os grandes devedores da previdência (bancos); parar de oferecer benefícios fiscais ao grande empresariado quem e gerar empregos! O resto é balela e história digna de uma ficção.
#Educação #Previdência
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